27 fevereiro, 2007

Que venha bom tempo para este fim-de-semana...

Autora: Dª Preciosa, Fonte Coberta, Fevereiro 2007

Pois é, espero que no próximo fim-de-semana esteja bom tempo, um sol maravilhoso como se fosse Primavera (para não pedir muito a São Pedro) ...No próximo fim-de-semana vamos ter casa cheia: a mana Taninha, a avó Adelaide e as minhas pequeninas sobrinhas Inês e Sara, vêm visitar a casa da avó Isabel. Fantástico!!! Muitos passeios vamos dar meninas!!!

Por isso, cá vai uma foto bem apropriada a acompanhar este post... Um espantalho, para afugentar as nuvens e o mau tempo.
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Pena, que o Jorginho esteja doente e não possa acompanhar a sua família... Rápidas melhoras!!!

23 fevereiro, 2007

A Filha do Polaco (cont. II)

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"Depois d'aquelle jantar de cavadores, decidiram sair a passeio até a umas centenas de passos d'ali, vagarosamente, por causa de Maria Pulaski.
- Uma delicia de tarde! - disse D. Izabel.
- Parece de abril - respondeu-lhe Maria Pulaski.
- O peor é que este belo sol, como eu ainda não vi senão na Italia, está a querer-nos fugir por detraz d'aquelles montes - notou o velho polaco.
Tinham saido da aldeia, deram uma volta e vieram descer, torneando a pequena alameda onde estava o estado maior de Massena. Ficaram a curta distancia, um pouco escondidos pelos troncos de dois grandes pinheiros mansos.
- Aquelles ainda estão a jantar - disse André Pulaski, indicando as mezas improvisadas, ás quaes estavam sentados os officiaes da comitiva de Massena.
- Jantar de campanha, jantar ao ar livre, - observou Pamplona sorrindo - mas, a julgar pelo cheiro, immensamente melhor que o nosso. (*)"
(*)"E assim, na supposição de que estava defendido por umas poucas de divisões francesas e achando agradavel aquelle sitio da Fonte Coberta e aquelle tempo delicioso, Massena ordenára que servissem o jantar ali mesmo ao ar livre." (Memórias do General Marbout, tomo II, pag. 433)

22 fevereiro, 2007

A Filha do Polaco (cont. I)


No seguimento do meu post de ontem, transcrevo mais um excerto do livro A Filha do Polaco;
"A umas dezenas de passos para a frente, n'um telheiro, uma guarda de trinta granadeiros e no declive de um outeiro, á beira do caminho, uns trinta dragões de cavallos á mão.
Por detraz dos carvallos fumegava uma cosinha de campanha. Os creados do Marechal preparavam o jantar. Mas não estão ali Maria Pulaski e Luiz de Castro e temos de ir procural-os.
Atravessêmos a aldeia. Logo a meio da ruasita principal se nos depara uma casa de melhor apparencia. Aquartelaram-se ali os Marquezes de Alorna e de Loulé, Candido Xavier e outros officiales. Sigamos para deante. Ao cabo da povoação, á porta de uma casita alegre, com um nicho de Santo António e um grande quintal, lá está como de sentinella o nosso granadeiro João Luiz. Hão de estar alli tambem as pessoas que procuramos. Estão."

21 fevereiro, 2007

A Filha do Polaco

A minha tia Graciete, contou-me que em pequena tinha lido um romance histórico – A Filha do Polaco, um livro impregnado de muitas verdades descritas de um modo fascinante e que conta as aventuras de um soldado polaco em terras lusas no tempo das invasões francesas. Esta obra de três volumes de autoria de António de Campos Júnior desapareceu no tempo e através do Presidente da Junta de Freguesia do Zambujal, o Dr. Fernando Manuel Abreu, conseguiu-se obter algumas fotocópias que fazem parte do volume III, 3ª edição, ano de 1926.
Assim, passo a transcrever alguns excertos desta história passados neste lugar;

“...Sigamos nós de Soure para Condeixa, mas, antes de lá chegar, tomemos pelo caminho para Miranda do Côrvo e indaguemos para que lado fica a povoação de Fonte Coberta.
Está ali o estado maior de Massena. Encontra o a gente logo a entrada da aldeia; á sombra de uns carva’lhos antigos. Fririon conversa com os nossos conhecidos Marbot, Ligneville e Casabianca. Massena está falando com o general Eblé e o ajudante Pelet. Mais largo, uns grupos de officiaes conversam animadamente.
O dia está uma delicia como se fosse um prenuncio de primavera. O sol queima como se estivessemos em junho. A cem passos do alpendre de uma casa térrea, humilde, sentado n’uma cadeira de tesoura, antiga, vê-se um dragãosinho de cabellos dourados e ao pé d’elle uma mulher de cabellos grisalhos com o traje de vivandeira. Conhecemos perfeitamente aquelle franzino official de dragões. É a companheira do Marechal no seu travesti de companhia.”

08 fevereiro, 2007

Janela aberta...



Não basta abrir a janela

Para ver os campos e o rio.

Não é bastante não ser cego

Para ver as árvores e as flores.

É preciso também não ter filosofia nenhuma.

Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.

Há só cada um de nós, como uma cave.

Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;

E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,

Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

Não basta, Alberto Caeiro

07 fevereiro, 2007

Glória



Os dias continuam frios, os primeiros raios de sol começam por dar vida a estas pequenas e humildes flores – malmequeres selvagens.... Os campos ficam cobertos, já cheira a Primavera!!!

...

Depois do Inverno, morte figurada,
A Primavera, uma assunção de flores.
A vida
Renascida
E celebrada
Num festival de pétalas e cores

Miguel Torga