Fonte Coberta (PT) © AV, Setembro 2007
12 anos, que nos deixaste fisicamente…
Sou muito feliz por te ter como pai.
Um pai muito protector em tudo que estivesse relacionado com os filhos, a família. Quando alguém nos tocava, em brincadeiras de rua ou no recreio da escola ou até mesmo professores, Ele ficava muito além dos seus, um metro e setenta e oito, ficava grande grande e ia logo em nossa defesa. Era Ele, que nos levava à escola, que nos ajudava a fazer os deveres, que nos levava ao médico, foi com Ele que fui à ourivesaria furar as orelhas, Ele que nos trazia prendas e guloseimas. Lembro-me quando fiz 10 anos e ofereceste-me um bebé careca, o Ricardo, e fiquei tão triste contigo, porque queria uma menina e todas as minhas amigas tinham meninas, e eu tinha um bebé com pilinha. Mas, depois fiquei tão contente, porque afinal até era um boneco bonito e ao dar-lhe água por um biberão, fazia xixi… um sucesso na altura!
Deste-nos tanto, acompanhaste-nos em todos os momentos do nosso crescimento, fazias todos os sacrifícios para que nada nos faltasse. Transmitiste-nos valores, responsabilidades e deveres, Ele era rígido, não gostava de faltas de educação, e quando eu ouvia o meu primeiro e segundo nome, pensava logo ai que já fiz asneira…
Um pai muito carinhoso, brincalhão, pegava-nos ao colo, aqueles braços fortes e acolhedores, que saudades tenho eu desses braços. Um pai amigo, um pai que nos deu tanto a nós os quatro...
Hoje tens 5 lindas netas, sei e sinto que as conheces quase tão bem como nós, e estás sempre presente no dia-a-dia delas, tal e qual, como fazias connosco. Elas não te conhecem, mas nós faremos que elas não te esqueçam e os valores que aprendemos contigo, esses mesmos, faremos questão de os transmitir.
Um pai que me deu muita força no momento mais duro da minha vida. Ele que não me desamparou, que não me largou nem um segundo, e que me dizia ao coração, não deixes de lutar, não te quero ao meu lado.
Sei que me ouves e estás aqui. Um pai muito presente e ainda continuas a sê-lo…
